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Estrela enferrujada e abandonada, representando a dificuldade do PT em obter alianças em Goiás.

PT goiano busca alianças improváveis para garantir palanque de Lula em 2026

Desesperado em busca de um palanque para Lula, o PT goiano atira para todos os lados.

Após uma tentativa frustrada em 2022, o partido agora retoma negociações com adversários históricos, alternando entre Daniel Vilela (MDB) e Marconi Perillo (PSDB), na tentativa de encontrar um apoio viável para as eleições presidenciais de 2026.

Rejeição de Daniel Vilela

A situação do PT goiano se complicou ainda mais recentemente. O vice-governador Daniel Vilela (MDB) rejeitou categoricamente qualquer possibilidade de apoiar a eventual candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fechando uma porta importante para o partido. Além de negar a composição, Vilela inaugurou um discurso crítico ao governo petista, classificando-o como “ultrapassado” e definindo-se como um político de centro-direita.

Daniel Vilela reforçou seu alinhamento com o projeto presidencial de Ronaldo Caiado (UB), declarando que “qualquer um que em Goiás deve, obrigatoriamente, estar pelo apoio à candidatura nacional”, sinalizando total indisponibilidade para composições com o campo petista.

Nova tentativa com Marconi Perillo

Com a negativa de Daniel Vilela, as lideranças do PT goiano busca alianças com Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB. As conversas internas, que também incluem integrantes de partidos aliados, estabelecem uma condição fundamental: o apoio do tucano à reeleição de Lula. Em contrapartida, os petistas ofereceriam suporte a Perillo na disputa pelo Palácio das Esmeraldas.

A estratégia não encontra consenso entre os petistas. A histórica oposição entre PT e PSDB em Goiás dificulta a aceitação desta possível aliança. “É uma situação muito difícil”, afirmou um aliado de Perillo, lembrando que “o PT sempre foi um adversário” e acrescentando: “Sempre fomos oposição ao governo petista”.

Ausência de candidatura própria forte

A busca desesperada por alianças vem também do reconhecimento interno da falta de nomes competitivos no partido. Adriana Accorsi, delegada e figura de maior expressão do PT goiano na atualidade, já declarou que não pretende concorrer ao governo do estado em 2026.

Segundo fontes próximas ao partido, a decisão de Accorsi reflete uma análise realista sobre suas chances eleitorais. Apesar de sua expressiva votação em Goiânia, a pré-candidata sabe que não teria condições de vitória em uma disputa pelo governo estadual, preferindo não desgastar seu capital político em uma batalha considerada perdida.

Cenário complexo para 2026

O movimento do PT ocorre em um momento de reconfiguração do cenário político nacional. O PSDB, partido de Perillo, discute possibilidades de fusão ou federação com outras siglas, como Podemos e Republicanos, o que adiciona mais variáveis à equação política.

Segundo informações apuradas, Marconi Perillo só iniciará conversas concretas sobre as eleições estaduais após a definição do futuro de seu partido no cenário nacional, mantendo suas opções em aberto enquanto avalia o melhor caminho para 2026.

Histórico de tentativas frustradas

Esta não é a primeira vez que o PT goiano busca alianças improváveis em Goiás. Em 2022, houve movimentações semelhantes que não se concretizaram, deixando o partido com dificuldades para estabelecer um palanque sólido no estado durante a eleição presidencial.

A nova investida demonstra o pragmatismo político do PT, disposto a superar rivalidades históricas em nome da viabilidade eleitoral, mas também evidencia sua fragilidade no cenário político goiano, dependente de alianças para conseguir relevância estadual.